Delegado aponta contradições em depoimento de marido preso por morte de professora no Ceará

Professora Flávia Maria Lopes, de 49 anos, foi assassinada com oito facadas na cidade de Varjota, no Ceará. ‘Principal suspeito’ do crime é o marido dela, conforme a Polícia Civil. Ele havia postado em rede sociais que ela estava desaparecida antes de o corpo ser encontrado.

O depoimento de Rafael Machado Ramos de Vasconcelos, suspeito de matar a professora Flávia Maria Lopes de Sena Vasconcelos na cidade de Varjota, no Ceará, foi considerado ‘contraditório’ pela polícia.

Flávia, de 49 anos, foi achada morta na terça-feira (24), após uma noite considerada desaparecida. O próprio marido havia postado nas redes sociais sobre o falso desaparecimento. O homem, também de 49 anos, foi preso no sábado (28) como “principal suspeito” do crime.

Em entrevista ao Sistema Verdes Mares (SVM), Afonso Timbó, titular da Delegacia de Varjota, disse que a versão de Rafael sobre as circunstância da morte da mulher foi colocada em dúvida após vídeos de câmeras de segurança.

O suspeito falou, inicialmente, que Flávia havia desaparecido após sair para fazer caminhada. Vídeos mostram, no entanto, contradições:

‘Constatamos contradições dele, inclusive quando foi confrontado com imagens de câmeras da cidade. Fizemos todo um trajeto e também ele afirma que a vítima tinha saído de casa pra caminhar, mas encontramos nessa versão furos, contradições e muitas obscuridade e tudo isso pesou em desfavor do suspeito. Nós fizemos um levantamento bem substancial.’, disse Timbó.

Ainda conforme o delegado, a investigação deve levantar se existe outro participante no crime. Todo o material apreendido será analisado.

“Os indícios da autoria são contradições significativas, inclusive por câmeras. Com a informação de que a vítima tinha saído de casa, nós fizemos um levantamento da movimentação da vítima. Na verdade o que nós detectamos foi muita contradição na fala dele. Ainda temos muito a analisar, temos laudo, material da perícia forense”, complementou Afonso Timbó.

Suspeito enviou áudio citando sumiço

Informações obtidas pelo g1 ainda mostram que o suspeito enviou áudio pelo WhatsApp a amigas da vítima afirmando que a esposa havia desaparecido. O objetivo, segundo a Polícia Civil, era criar um álibi para inocentá-lo.

“Ela ontem à noite saiu pra fazer caminhada. Era mais ou menos umas sete da noite e ela não voltou mais pra casa. Geralmente, quando ela sai pra fazer essas caminhadinhas dela, ela demorava uma hora, uma hora e quinze no máximo e ela tava voltando pra casa […] e infelizmente ela não voltou pra casa ainda”, disse o suspeito, em trecho áudio enviado a amigas da vítima. (Ouça acima.)

“O nosso filho caçula ontem chorou, chorou, chorou tanto perguntando pela mãe, chorou tanto que cansou e dormiu. E eu também acho que já sequei as minhas lágrimas de tanto chorar”, continuou.
A professora deixa dois filhos.

O desaparecimento de Flávia foi comunicado à polícia pelo próprio marido.

“Já procurei em todos os lugares e a polícia já foi acionada. Qualquer informação pelo amor de Deus me liguem ou mandem mensagem. Nossa família está sem chão”, dizia a mensagem sobre o desaparecimento da professora, publicada pelo suspeito de matá-la.

O corpo da professora foi localizado pela polícia na localidade de Cajazeiras, a cerca de 6 quilômetros da área urbana da cidade, onde a vítima morava. A Perícia Forense constatou que a mulher foi atingida por oito facadas no pescoço, no abdômen, nas costas e nas mãos.

 

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